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Moda

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Moda, comportamento de uma dada época histórica

Moda, comportamento de uma dada época histórica. É um sinônimo de “costume”. A palavra provém do termo latino modus, através do francês mode. Em sentido estrito, porém, “moda” costuma se referir especificamente aos diversos estilos de vestuário que prevalecem numa dada sociedade numa dada época histórica.

Para criar estilo, os figurinistas utilizam-se de cinco elementos básicos: a cor, a silhueta, o caimento, a textura e a harmonia.

A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade – usos, hábitos e costumes – em um determinado momento.

Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos.

A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia a dia a um contexto maior, político, social, sociológico.

Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir, no look de um punk, de um esqueitista e de um pop star, nas passarelas.

A cada dia que passa, o mundo da moda vem se superando e surpreendendo as pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. A moda proporciona, aos que a seguem, uma inspiração sempre inovadora e ousada.

Moda nos anos 1980

Convém ressaltar que, deixando de lado a tendência etnocêntrica, a qual ainda hoje é preponderante, devemos ter clareza de que a moda, enquanto fenômeno, só se tornou “universal” em meados do século XIX, com o advento da crinolina.

Até então, cada povo possuía sua própria maneira de se vestir e ornamentar, de maneira que conviviam diversas manifestações e estilos numa mesma época.

Mesmo hoje no tempo em que vivemos, na fase da globalização, não se pode esquecer que o mundo muçulmano se constitui num universo à parte, onde a burca e o chador ainda são amplamente utilizados, e que populações inteiras, como a maior parte da Índia e as comunidades indígenas, bosquímanas e aborígenes australianas, por exemplo, estão apartadas da dita moda mundial.

A nudez original – contextualização

Antes de nos determos em explanar sobre o vestuário, devemos – até por uma questão cronológica – dissertar brevemente sobre a nudez, já que esta se constitui, ainda que de forma involuntária, no primeiro modismo.

Dentre as várias formas de nudez que a humanidade experimentou (a nudez como contingência da natureza, a nudez como realização do ideal do belo, a nudez como forma de protesto etc.) podemos facilmente diferenciar as suas primeiras expressões: “A nudez dos indígenas ou dos homens das cavernas nada tem em comum com a nudez dos gregos e romanos.

No primeiro caso, trata-se de uma contingência imposta pelas condições materiais de vida e adaptação ao meio ambiente, enquanto no segundo caso trata-se de uma solução da ordem da estética, com amplo lastro da filosofia e da doutrina moral então dominante.”

Um bom filme para ilustrar o período das primeiras incursões do homem primitivo no período das cavernas é A Guerra do Fogo, de 1981.

Ainda que os produtores estadunidenses não ousem expor as personagens da tribo nuas – como de fato elas deveriam estar -, as vestimentas da outra tribo mantêm alguma ligação com a realidade, como tem demonstrado a arqueologia.

A “nudez” dos indígenas sul-americanos e dos aborígenes

Se considerarmos os seus ornamentos corporais como vestuário, os indígenas sul-americanos e aborígenes australianos não estão realmente nus, pois utilizam-se – em doses fartas – de cores e de texturas em sua pintura corporal, cocares, cintos, brincos e outros adornos.

Os “adereços” utilizados visam a se constituir em atrativo e apelo erótico em relação ao sexo oposto, tendo, também, função religiosa (ritual) ou social (sendo usadas em danças e eventos de socialização da tribo).

O que fez com que o colonizador europeu julgasse que esses povos estivessem nus foi o fato de que eles não têm, via de regra, nenhuma preocupação em ocultar a genitália.

Pelo contrário, várias tribos a valorizam, através do uso de uma espécie de “estojo” peniano, ou então, tanto homens quanto mulheres, depilam-se e utilizam adereços coloridos para valorizar a região pubiana.

Para ilustrar o choque cultural que se produziu do encontro entre brancos (europeus) e indígenas, sugerimos dois filmes, que estão entre as melhores produções do cinema do Brasil: Como Era Gostoso o Meu Francês, de 1970, e Hans Staden, de 1999.

Em ambos os filmes, entramos em contato com a maneira de “vestir” (adornar) dos tupinambás, um universo colorido engendrado pela fauna e flora tropicais, tão ricas em pigmentos (como o urucum), fibras (como a juta) e materiais diversos para a confecção de adornos e adereços (como as coloridas penas de araras e de tucanos).

As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas

Ao contrário dos povos indígenas sul-americanos, os indígenas da América do Norte sempre utilizaram roupas, no sentido contemporâneo do termo, apesar de também utilizarem cocares e outros adereços.

O uso de vestimentas “tradicionais” (para nossos padrões, ocidentais e cristãos) deve-se em parte ao clima temperado e em parte à proximidade em relação a duas grandes e antigas civilizações: os Maias e os Astecas.

O filme O Homem chamado Cavalo, de 1970, é muito preciso na recriação das roupas dos índios Sioux e Crow.

Tal como nos filmes brasileiros, citados no tópico anterior, o filme mostra o choque entre duas culturas distintas (e por vezes antagônicas) e a possibilidade de adaptação individual ou de síntese cultural.

As três grandes civilizações da América Pré-Colombiana (Incas, Maias e Astecas) possuíam em comum o gosto pelas vestes elaboradas (tais como túnicas, mantos e capas), a tecelagem bastante desenvolvida (no caso específico dos Incas, utilizando-se inclusive da lã das lhamas e vicunhas) e o fato dos trajes mais vistosos e coloridos serem destinados aos homens, bem como brincos, bandanas, pulseiras e demais ornamentos.

As vestes femininas eram geralmente monocromáticas e de corte reto. Os quíchuas e aimarás, na América do Sul, preservam ainda hoje muitos dos hábitos dos antigos incas.

Na antiguidade

Como vimos, já no final da Pré-história os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status. As pessoas achavam que usar peles de animais estava na moda, cada vez se via mais.

Esta tendência foi sendo suplantada pelo uso de fibras naturais como o linho e o algodão no Egito e a seda na China.

Na Antiguidade Oriental as vestes passaram a ser usadas para diferenciação social: as diferentes castas na Índia usavam cores e padronagens diferentes.

No Egit

No Egito a veste do camponês era apenas um perissoma (espécie de “fralda”) feito de algodão enquanto os sacerdotes e guerreiros usavam túnicas elaboradas e vários adornos e, desta maneira, foram surgindo nas sociedades orientais várias formas de indumentária e ornamentos, para que as pessoas pudessem ser facilmente identificadas, em relação ao papel que desempenhavam.

Os gregos, com o culto ao belo e o seu ideal de Paideia, que consistia no pressuposto de que “uma mente sã habita um corpo saudável” (que os romanos traduziram por “mens sana in corpore sano”), desprezavam as vestimentas.

Os jovens do sexo masculino andavam nus a maior parte do tempo – conforme podemos perceber ao analisar a estatuária e pintura grega – mas tinham sempre uma espécie de manto ou capa ao ombro, para solenidades cívicas ou para o interior das habitações.

Como as mulheres eram desvalorizadas, passando a maior parte do tempo reclusas no gineceu, elas normalmente são representadas vestidas, com o “peplos” jônico (Atenas) ou o “chiton” (ou quíton) dórico (Esparta).

É facilmente perceptível a diferença na representação masculina e feminina ao analisarmos os padrões de Kouros e Kore.

Mudança nas formas de representação no Mediterrâne

Com o helenismo, e a expansão das letras e das artes gregas por toda a bacia do Mediterrâneo, as várias culturas se mesclam ocasionando uma mudança nas formas de representação. No bojo da síntese formal helenística começam a aparecer, pela primeira vez, mulheres representadas nuas, como é o caso da famosa Vênus de Milo.

Em Roma, profundamente mais democrática em relação ao gênero do que a Grécia, as mulheres não apenas participam da vida cultural, como também das solenidades cívicas. Há inúmeros exemplos na estatuária romana de elaborados penteados e suntuosas vestes que identificavam as mulheres patrícias.

Aos homens da classe senatorial (senadores, magistrados, tribunos) era permitido o uso da toga, a qual ainda hoje é usada pelos juízes.

Os plebeus, tanto homens quanto mulheres, usavam trajes semelhantes aos patrícios (sendo vetado apenas o uso da toga) mas não usavam ornamentos indicativos de alta condição social, como os diademas, anéis e demais ornamentos.

Moda Período Bizantino

No período bizantino, onde o cristianismo já era a religião oficial do Estado, proscreveu-se a nudez e as roupas tornaram-se nitidamente mais amplas e mais longas, sendo que foram estas as vestimentas que deram origem aos hábitos dos monges e freiras e às batinas dos padres.

Dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, chamada “púrpura”, pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.

Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com ureia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido. Os camponeses usavam, ainda, tons crus, o ocre e o terra.

Facilmente encontramos, em qualquer compêndio de química, como produzir a cor azul através da ureia: As grandes civilizações do extremo oriente, Índia, China e Japão desenvolveram estilos e modismos próprios, extremamente diferenciados, sendo que a principal inovação foi no campo das texturas, pelo uso da seda, e do tingimento.

A Moda na Idade Média

No início da Idade Média, isto é, na Alta Idade Média, as invasões bárbaras levaram ao isolamento e à vida nos feudos, desagregando as cidades e praticamente extinguindo o comércio em toda a Europa.

Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e exclusivas, apesar de extremamente básicas.

A forma se assemelhava às bizantinas e a elite, formada pelos guerreiros e sacerdotes, se distinguia dos camponeses também através da vestimenta, a qual era colorida (normalmente vermelho ou verde).

Roupas Confeccionadas em Casa

As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo das túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestes da época carolíngia, com enfeites de brocado.

Com o passar do tempo, os camponeses começaram a tingir tecidos em tom azul, pois este é facilmente conseguido através da ureia.

A partir do século X, com o final das invasões e o renascimento comercial e urbano, houve a formação das corporações de ofício, dentre elas as dos tecelões e dos tintureiros, criando uma maior variedade, ou seja aumentando a quantidade e a qualidade das roupas.

Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar. Enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos nobres.

Ao tentarem variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os nobres inventavam algo novo e assim por diante.

Românico e Gótico

Em termos de indumentária, também podemos falar do românico e do gótico enquanto estilos válidos. Enquanto a Europa Ocidental variou as formas de vestuário, como vimos, em contrapartida, a cultura oriental bizantina se manteve atrelada ao seu próprio estilo.

Com o Renascimento, existe a tentativa de copiar os trajes romanos da época imperial mas, devido às contingências impostas pela época, o que as guildas acabam por fazer é uma releitura da indumentária clássica, adaptando-a à moral cristã então vigente, ao clima (sensivelmente mais frio do que havia sido na época romana) e aos recursos materiais e técnicos de que então se dispunha.

Os camponeses, alheios à moda e aos modismos, continuaram a se vestir mais ou menos da mesma forma até meados do século XIX.

A Moda na Idade Moderna

A idade moderna é a época que vai do século XV ao XVIII. É a chamada “Época das Grandes Navegações”, período em que a América foi descoberta e a noção de um mundo em forma de quadrado do Medievo foi abandonada…

No início da Idade Moderna, há uma preferência nas cortes europeias pelo vermelho, as roupas mais refinadas levavam esta cor.

O método de tingimento utilizava o pau-brasil, extraído em larga escala no Brasil para atender a este modismo.

Podemos citar A Rainha Margot, filme francês de 1994, com Isabelle Adjani no papel título, dirigida por Patrice Chéreau: logo na primeira cena (o casamento de Margot com Henrique de Bourbon, interpretado por Daniel Auteuil) Margot está usando um modelo maravilhoso, vermelho, de cetim, com uma gola alta e larga de renda a lhe emoldurar o rosto; sua mãe, Catarina de Médicis (vivida por Virna Lisi), também usa um modelo suntuoso, ao qual não falta nem mesmo o véu.

Durante o filme, vemos desfilar brocados (como no modelo magnífico, que ela usa para ir às ruas, travestida em prostituta), rendas e sedas, em modelos ora com ousados decotes, ora com golas altas, inspiradas nos retratos de Rubens, Rembrandt, Velásquez e Frans Hals.

As mulheres normalmente usavam corpetes ditos de madeira, mas era revestido em somente uma parte. E os saiotes com estruturas de ferro.

Revolução na Cristandade

Ambientando na mesma fase histórica (época da chamada Revolução na Cristandade), Elizabeth, filme inglês de 1998, também traz vários exemplares retirados das imagens deixadas pelos grandes mestres da pintura da época, apenas que, por ser britânico, faz alusões também a Hans Holbein, pintor oficial da corte de Henrique VIII, pai de Elizabeth.

São vestidos em tecidos “encorpados” e brilhantes, em tons de vermelho,amarelo e verde, com o chamado ventre de corsa: o corpete acabando em bico na parte dianteira e a saia se abrindo volumosa para os lados.

Os homens usam as calças curtas (na altura dos joelhos) e bufantes e uma espécie de “enchimento” para realçar a genitália (moda lançada na época de Henrique VIII, o qual gostaria de passar à posteridade como um rei viril).

O figurino e os cenários da cena de coroação foram inspirados em uma pintura da coroação da verdadeira rainha Elizabeth I.

Moça com Brinco de Pérola

Também recorrendo à obra de um grande mestre do período (desta vez Vermeer) foi lançado em 2003, pelo Reino Unido e Luxemburgo, Moça com Brinco de Pérola.

Desta vez, vemos não apenas as roupagens suntuosas dos aristocratas e o interior dos palácios, mas também burgueses (que se vestem com roupas que afetam a forma geral dos trajes aristocráticos, mas são feitos com material de qualidade inferior) e pessoas do povo (alheios à moda, vestindo-se ainda como na época medieval).

No final da idade moderna, temos um grande personagem histórico que marca a moda: Luís XIV. Sua contribuição se dá basicamente pelo uso de salto alto, algo inovador. Nesta época também é notável a presença de perucas, babados, o estilo rococó aliado ao vestuário.

Maria Antoniet

Revivendo o luxo, o requinte e o glamour de Versailles, os Estados Unidos lançaram, em 2006, o filme Maria Antonieta. Trata-se de uma alegada “biografia mais humanizada” da última rainha da França no Antigo Regime.

Este filme é interessante de ser citado pois a Idade Moderna se encerra oficialmente com a Revolução Francesa de 1789, em virtude da qual Maria Antonieta perde a cabeça na guilhotina.

Antes porém que sua real cabecinha vá parar em um cesto, ela desfila vários penteados extremamente altos (que a cultura lusitana costuma apelidar de ninhos de ratos), joias e vestidos, em geral estampados, em seda ou brocado.

A partir do século XVIII, com a chamada Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, a Moda deixa o seu caráter artístico/artesanal de lado e passa a ser também inserida na rede engendrada pelo Mercado.

A Moda no século XIX

O século se inicia com a emulação do Império Romano por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805.

Dentro do clima generalizado de revival, a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o “Estilo Império”.

Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas dele advindas, há um anseio pela “volta à ordem” e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.

Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.

Crinolina

As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de “universal”: foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá – O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina).

A França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias europeias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.

Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador.

Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.

Peugeot

Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854, a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.

A Peugeot foi salva da falência (após 1870, ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial incontestada no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às maisons de alta costura.

Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana, a Terceira República Francesa adota o estilo “princesa” e, a partir de 1880, vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores.

As crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures (“anquinhas”) que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.

A virada do século

A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.

A Moda nos anos 1920

Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.

Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

A silhueta dos anos 1920 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda. Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo charleston – dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos.

As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno.

O modelo mais popular era o “cloche”, enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, à la garçonne, como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.

A Moda e a Sociedade dos anos 1920

A sociedade dos anos 1920, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks.

As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.

Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres – um verdadeiro escândalo aos mais conservadores.

Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos.

Durante toda a década, Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso. Outro nome importante foi Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha esportiva, criando coleções inteiras para a estrela do tênis Suzanne Lenglen, que as usava dentro e fora das quadras. Suas roupas de banho também revolucionaram a moda praia. Patou também criava roupas para atrizes famosas.

Décadas de 1930 e de 1940

Toda a euforia dos “felizes anos 1920” acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história.

De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do resto do mundo.

Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.

No plano político, a recessão econômica levou ao conservadorismo e à ascensão de líderes totalitários: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Franco na Espanha, Stalin na União Soviética e Getúlio Vargas no Brasil.

A reboque, a moda viu-se forçada a uma “volta à ordem”. Após os “loucos anos 1920”, a década seguinte vê os vestidos voltarem aos calcanhares, os decotes diminuírem e os sapatos quase se tornarem as “botinhas” de 1900.

Os homens ganharam ternos desestruturados, normalmente de linho, de ombros estreitos e calças mais curtas e mais justas.

Tomates Verdes Fritos

Um bom filme a ser assistido, para quem desejar ver ilustrada com precisão a mudança de paradigmas estéticos da década de 1920 para a de 1930, é Tomates Verdes Fritos, filme estadunidense de 1991 que retrata, com extrema sensibilidade, o período.

Aos poucos, vemos os vestidos vaporosos darem lugar aos mais “pesados” (e mais fechados), os sapatos de saltos altos com pulseirinha no tornozelo serem substituídos pelos mais baixos e bem fechados, como “botinhas”, e os cabelos curtos à garçonne darem lugar aos longos, presos em coque na nuca.

Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o guarda-roupa, tanto masculino quanto feminino, ganha formas e cores militares: os ombros se agigantam (o “poder”), a cintura se estreita e as cores tendem para o sépia, o bege e o verde-musgo.

Carmen Miranda lança a moda das plataformas e arrebanha adeptas em todo o mundo.

A moda dos anos 1940 foi esplendidamente compilada nos figurinos de filmes como Casablanca, de 1942 e Gilda, de 1946.

Década de 1950

O fim da Segunda Guerra e a emergência dos Estados Unidos como líderes incontestes do mundo ocidental levaram a uma onda de otimismo sem precedentes.

É a época de ouro das multinacionais, de Hollywood e da moda made in USA: no caso, o new look, criado por Christian Dior mas repaginado e divulgado por centenas de filmes de divas como Marilyn Monroe e Jane Russell. Por um curto espaço de tempo, a Argentina também terá a sua diva, na figura da primeira-dama, Eva Perón.

As saias são amplas, em godê guarda-chuva ou balonê, revivendo, um pouco, a época das crinolinas. Os tecidos brilhantes e “encorpados”, como o tafetá e o cetim, convivem com o crepe de seda, o tule e o jersey. O bolerinho volta a ser usado, bem como o redingote.

Moda Masculina

Na moda masculina, a tendência são os topetes, as calças com pregas, a risca-de-giz e os sapatos com a ponta afilada. Os jovens mais ousados imitam James Dean e Marlon Brando, passando a usar gibão de couro, camiseta branca e calça de brim, a qual ainda não é chamada jeans.

Além dos próprios filmes da época, como Os Homens Preferem as Loiras e Como agarrar um milionário de 1953, O pecado mora ao lado e Ladrão de casaca de 1955, O Sorriso de Mona Lisa, de 2003 é um bom filme para analisarmos as modas e os modos da alta burguesia do nordeste dos Estados Unidos (Nova Inglaterra) entre os anos de 1953 e 1954: estão em pleno uso os sutiãs de bojo, as cintas e modeladores, as saias godê em várias padronagens, bem como o “duplo padrão de moralidade” (onde, a exemplo do que acontecia no Brasil Colônia.

Ao homem tudo era permitido, em se tratando de sexo e sexualidade, e, à mulher “de família”, tudo era ocultado, tolhido e negado) e a “hipocrisia social” (onde todos fazem “vistas grossas” aos “pecadilhos” dos bem nascidos, mas não perdoam nem mesmo o menor deslize dos subalternos) tão característica daquela forma de sociedade.

Décadas de 1960 e 1970

No seu viés elegante, a década de 1960 foi marcada pelo uso do scarpin, algumas vezes com salto carretel, e o “tubinho”, de corte reto, clássico legado de Madame Chanel, com comprimento acima do joelho. Os cabelos eram usados no corte/penteado “gatinha”, mesma denominação dada aos óculos de forma amendoada e com os cantos exteriores proeminentes.

Os homens usaram (pouco) o terno bem cortado, de modelagem definida mas sem exageros e (muito) a calça jeans (já conhecida por este nome) e a camiseta. Os topetes continuaram em alta.

No viés “rebelde” ou “revolucionário”, tivemos o movimento hippie. Os hippies veiculavam a consígnia “paz e amor”, lemas da época.

Usavam roupas de cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.

A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar.

Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel.

Perucas

As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

Nos anos 1970, o Movimento hippie foi absorvido pela mídia e passou a ser “mais uma tendência”, nas batinhas indianas, tecidos florais (a chita voltou com tudo) e bijuterias falsamente artesanais.

Usou-se a “boca-de-sino” e a “pata de elefante”, que eram calças com as pernas muito largas, e o tropicalismo trouxe de volta as plataformas (agora usadas para ambos os sexos) e os turbantes e “balangandãs” de Carmen Miranda. Usaram-se combinações de cores bastante insólitas, como o roxo com laranja e o verde com roxo.

A partir de 1975, com a onda “disco” e o surgimento das danceterias, que na época se chamavam discotecas, voltaram as sandálias de salto agulha (agora usadas com meias curtas e coloridas de lurex) e a saia “evasê”. Surgiu a “frente-única” e o vestido de “lastex”. O cabelo black power era a sensação do momento.

Foi na década de 1970, em Berlim, que surgiu o Movimento Punk, que marcou profunda e decisivamente a moda, a música e o comportamento. Grande expoente deste movimento foi a ex-cantora de ópera, Nina Hagen.

Anos 1980 e 1990

Os anos 1980 e 1990 constituíram-se num revival de várias épocas passadas:

  • O vestido de noiva de lady Diana, cujo casamento foi assistido ao vivo, via satélite, por milhões de pessoas ao redor do mundo, foi um “lançamento oficial” do estilo chamado de “New Romantic”, o qual usou e abusou dos babados, laços, fitas e rendas.
  • Todo o figurino do filme futurista Blade Runner: o caçador de androides, de 1982, trazia os ombros ultraestruturados e os terninhos em estilo militar da década de 1940 (o “poder”).
  • Nestes anos, Meryl Streep estrelou três filmes de época, sendo dois consecutivamente: A mulher do tenente francês em 1981 e A escolha de Sofia em 1982. Ainda na onda revival, estrelou também Entre dois amores em 1985.
  • O filme italiano La Chiave (A Chave), de 1983, dirigido por Tinto Brass, que trazia Stefania Sandrelli no papel principal, revive, de maneira nostálgica, a elegância da Itália no início do fascismo.
  • Os filmes De volta para o futuro,[11] de 1985 e Dirty Dancing-ritmo quente, de 1987, traziam, de volta, o glamour dos anos 1950. Estes filmes alavancaram a volta das saias godê guarda-chuva e balonê, do tafetá e do crepe de seda, além dos famosos bolerinhos (espécie de casaquinhos curtos, em geral com meia manga, ou manga três quartos).
  • Em Peggy Sue: seu passado a espera, de 1986, dirigido por Francis Ford CoppolaKathleen Turner retorna a 1960, tendo a chance de modificar o seu futuro, ao decidir se deveria se casar ou não com Nicolas Cage, de quem ela está se divorciando em 1985. O vestido de noiva de Peggy Sue, um clássico, trouxe, de volta, a moda noiva de 1960.
  • Também de 1986, Veludo Azul, de David Lynch, utilizando-se de música homônima de Bobby Vinton para compor o título, tem evidentes ligações com a moda. A personagem principal, uma cantora de salão mantida prisioneira por um psicopata, usa modelos clássicos e glamurosos da década de 1950, inclusive um tomara que caia em veludo azul, o qual confirma a tendência geral da época.
  • O clássico …E o vento levou, de 1939, foi relançado em versão restaurada. Houve um seriado televisivo, Scarlet, lançado nesta época, que se propunha a ser a continuação da história. Ambos os eventos reforçaram a tendência geral às saias rodadas e mais volumosas, aos babados e aos bolerinhos.
  • Para o videoclipe da música Material Girl, a pop star Madonna realizou uma releitura de Marilyn Monroe cantando “Diamonds are a Girl’s best friends” em Os Homens Preferem as Loiras, de 1953. O tomara que caia ajustado ao corpo, de cetim foi bastante copiado.[12]
  • Nos anos 1980, eram comuns “festas dos anos 1950” ou “festas dos anos 1960”, com muito twist e rock and roll, dando origem a várias bandas nacionais, como a Blitz. Já nos anos 1990, a febre foram as “festas dos anos 1970”, com muito colorido, preponderando o laranja e o roxo e ressurgimento do New Wave.

Início do século XXI

No início do século XXI, a moda parece marcada por duas máximas: “nada se cria, tudo se copia” e “a moda vai e vem”.

Dentro do paradigma estético adotado, vem crescendo a tendência à customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento sustentável, também no campo da moda.

Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto, acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.

No dia a dia, porém, para as atividades do cotidiano, não se notam sensíveis diferenças em relação ao revival efetuado pelas duas décadas anteriores.

Moda andrógena

Moda andrógena ou sem gênero é uma vertente da moda que visa à quebra das construções sociais impostas pelas gerações passadas no que diz respeito ao vestuário e às ideias já naturalizadas no imaginário social, como, por exemplo, azul ser cor de menino e rosa, cor de menina. Ou ainda, que homens não podem usar vestido, assim como antigamente mulheres não podiam usar calça.

A ideia é demonstrar que também é possível manter uma identidade de gênero mesmo que se absorvam atitudes ou se consumam produtos normalmente associados ao outro gênero. Um dos grandes ideais da moda sem gênero é que as gerações futuras possam comprar roupas em um único setor, sem que haja divisão entre masculino e feminino.

Fonte: Wikipédia

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Sobre a Conceito Prisma

Conceito Prisma acredita que moda não deve ser baseada somente em tendências ditadas pelas passarelas, mas principalmente no comportamento humano. A Conceito Prisma é uma marca de moda inteligente. De tendências a peças essenciais, temos o que você precisa!

Nos propusemos a desenvolver produtos de qualidade, para fazer parte da sua rotina diária. Neste processo buscamos fornecedores alinhados com nossos princípios, que além de oferecer matéria prima de excelente qualidade, ofereça uma visão do mundo compartilhada com a nossa.

Nosso símbolo, o lápis herdado da Escola Prisma, representa aprendizado constante e evolução, família, paz, sabedoria, traduzindo assim a visão da marca, ele traz a simbologia e o conceito da Escola PrismaSeja a Paz, Sinta o Amor, Faça o Bem! Agradecemos a todos os nossos clientes, parceiros e amigos que nos ajudam todos os dias na concretização deste sonho que é a Conceito Prisma.

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